domingo, 14 de julho de 2013

Identidade Roubada (Chevy Stevens)

Valéria Dell'Isola


Quem gosta de thirllers psicológicos irá gostar bastante deste livro!
Trata-se da história de Annie, uma corretora de imóveis de 32 anos, que levava uma vida normal no Canadá, até o infeliz dia em que caiu nas mãos de um sequestrador psicopata.
Inicialmente, Annie pensa que será resgatada após os contatos e as negociações com sua família e com a polícia.
Porém, os planos do maníaco (tal como Annie se refere a ele) são diferentes: ele a leva para um chalé nas montanhas, totalmente isolado da civilização, e a mantém prisioneira.
O pesadelo vivido por ela no cativeiro é digno de filmes de David Fincher! Enquanto prisioneira, ela é obrigada a seguir uma rotina doentia de horários, privações, comportamentos, degradações, bem como é subjugada a todo tipo de violência física e psicológica.
A estruturação dos capítulo é feita de forma bastante envolvente, pois, o relato do acontecido se dá através de sessões de terapia que a personagem principal se submete após o acontecido. Isso é muito interessante, pois, a personagem se desnuda a cada sessão, e, o leitor vai acompanhando o progresso do seu tratamento, ao mesmo tempo em que fica por dentro da eletrizante história.
Logo na primeira sessão, Annie diz para sua terapeuta: "Ah! E, caso queira saber, não, nem sempre fui uma pessoa amarga." E assim, ao longo das vinte e seis sessões, colocamo-nos na pele da personagem, sentindo toda a sua dor, e compreendendo o motivo de ela ter se fechado para o mundo.
Identificamo-nos, não somente por vivermos em uma sociedade em que, tal ato desse nível de violência poderia ter acontecido com qualquer um, mas sobretudo pela solidão e amargura que Annie sente. Ela se depara com a dor de ter que superar aquilo sozinha, ou seja, por mais que tenha o apoio das pessoas que estão à sua volta, cabe apenas a ela readaptar-se, sacodir a poeira e dar a volta por cima.

Mas será que ela está preparada?
Relações familiares são exploradas de forma cortante e assustadora.
Sem sombra de dúvidas, é uma história pesada, pois, tem como pano de fundo, o "mal" em várias acepções! Nos faz refletir sobre a máxima de Einstein, qual seja, "só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana, mas não estou seguro sobre o primeiro".
A autora escreve bem, os personagens são envolventes e a linguagem é fácil -> o que faz com que a leitura flua rapidamente.









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